quinta-feira, 9 de julho de 2009

Desliguem o aquecedor

Eu sempre gostei muito de frio, sou uma dessas pessoas que se estimula com a chegada do inverno, um maníaco que trabalha e pensa melhor com temperaturas abaixo de 20ºC. Gosto do calor também, mas somente para passar alguns dias descontraídos de férias, pegar uma praia e pronto. Já tive a oportunidade de comparar as situações, pois morei e trabalhei no litoral, no interior, em algumas capitais e também no exterior. Se pudesse optar pela catástrofe do aquecimento ou do resfriamento global, certamente ficaria com a segunda opção. O pior é que, cada vez mais, as estatísticas e dados científicos indicam que vou passar calor... e não será pouco.


Essa foto foi divulgada pela imprensa mundial nos últimos dias e mostra o Pólo Ártico em dois momentos muito próximos. O lado esquerdo da imagem representa a região no ano de 2005; o lado direito, a mesmíssima região em 2008. A coloração branca das fotos refere-se às camadas de gelo de maior espessura (4 metros ou mais). As regiões em azul escuro referem-se à camadas de gelo mais finas (até 1 metro de espessura). Não é preciso ser especialista para analisar o tamanho do estrago em apenas três minguados anos. É como se olhássemos para alguma região da Amazônia e visualizássemos floresta de um lado, desmatamento de outro. No caso do Ártico, a branca e espessa camada de gelo está, literalmente, indo por água abaixo em virtude do aquecimento global.

Cheguei, recentemente, de uma cidade localizada no litoral do Paraná. Fui a trabalho, mas consegui caminhar pela praia durante um dia de folga. Melhor dizendo... caminhei pelo que restava de praia... e garanto que não era muito. Sei que não é possível estabelecer uma relação direta entre a cidade em que estava, o fenômeno do aquecimento global e a elevação do nível dos mares. Porém, não vejo explicação mais plausível para a cena que presenciei: poucos metros de areia para caminhar, ondas quase atingindo o calçadão e um desgaste da orla que não parece natural e nem possível recuperar em curto prazo de tempo. Logicamente, há praias na cidade onde tudo parece normal, mas isso começa a se configurar como miragem no deserto: a praia está ali, mas pode não estar se a degradação mundial continuar em ritmo acelerado.

Não sou do time dos pessimistas, pelo contrário, sou daqueles que acreditam nas estratégias de mudança que vêm tomando forma desde fins do século XX. Como já mencionei em outros textos deste blog, atuo em ONGs e conheço muita gente que está na batalha em prol do meio ambiente e de causas sociais de todos os tipos. São pessoas incansáveis, que atuam tanto em empresas quanto em governos ou no terceiro setor. É um exército e tanto, espalhado por dezenas e dezenas de países, mas ainda pouco frente à dimensão do desgaste social e ambiental que ocorre em nosso mundo.

Por enquanto, aqueles que tentam consertar o estrago nadam contra a corrente, mas vários efeitos positivos já são sentidos, como pode ser visto nos sites que deixo relacionados ao final desse post. Se lhe sobrar um tempo, caro leitor ou leitora, dê uma olhada em alguns deles e procure contribuir da forma como puder, seja com doações, trabalho voluntário ou divulgando informação entre amigos, família, associações ou qualquer movimento do qual participe. Vamos lá, ajude a desligar o aquecedor global... está ficando quente por aqui...

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Conservação Internacional - Brasil: http://www.conservation.org.br/Greenpeace Brasil: http://www.greenpeace.org/brasil/WWF Brasil: http://www.wwf.org.br/Instituto Sócioambiental: http://www.socioambiental.org/Fundação SOS Mata Atlântica: http://www.sosmatatlantica.org.br/Fundação Gaia: http://www.fgaia.org.br/Conselho Nacional de Defesa Ambiental: http://www.cnda.org.br/Fundação O Boticário: http://internet.boticario.com.br/portal/site/fundacao/

Imagem retirada de http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/album/julho09_album.jhtm?abrefoto=4#fotoNav=17

2 comentários:

  1. Esse tema do aquecimento global é realmente arrepiante. Essa foi uma noticia que recebemos como se fosse algo distante, longe de casa e da família, uma “quase” realidade que ainda pensamos que só acontece nos filmes com o Tom Cruise ou Bruce Willis. Mas só agora que estamos pagando as conseqüências acreditamos que é uma realidade mundial. Como você disse Adriano, não toma muito tempo se informar sobre isso e procurar a maneira de ajudar nosso mundo, de ajudar nos porque sem ele, não ha mais nada. Com o desarrolho da tecnologia e das comunicações em massas, podemos sim melhor o mundo. Acho que pensamos que o que faz um é pouco mas de pouco em pouco, as mudanças acontecem. Algo muito simples de fazer para ajudar o mundo e que pode começar em casa com sua família, filhos, etc., é reciclar.

    Vejam a importancia de melhorar nosso mundo: http://www.globalonenessproject.org/videos/goptrailer

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  2. Hey Gipy, obrigado pela dica do Global Oneness Project, eu ainda não conhecia. Gostei muito da proposta deles de mostrar como estamos todos conectados e como as ações de cada um de nós afeta o mundo todo. Tem tudo a ver com meu post, obrigado mais uma vez. Bjs!

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