
Tudo bem que estamos na cidade dos superlativos, mas os números me assustaram e transformaram meu café num momento indigesto. Diz a matéria: "Na capital paulista, 214 mil pessoas ultrapassaram a linha que as separava da pobreza. Na Grande São Paulo, o contingente de pobreza subiu, em apenas um ano, de 7,292 milhões para 7,506 milhões de pessoas, ou 41,6% da população, de um total de 18,2 milhões de habitantes". Dados do IETS (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE. Para a coordenadora do estudo, pobreza, em São Paulo, corresponde a um rendimento familiar per capita de R$ 250,79. Dados que levaram mais de 200 mil pessoas para o subsolo social paulistano. E isso apenas nos últimos doze meses.
Em minha postagem anterior, já me dizia angustiado com os efeitos da desigualdade, cujas vítimas batem, literalmente, à nossa porta. Cidadãos sem cidadania, sem acesso a nada, somente ao descaso da sociedade. Pedia, em meu texto anterior, um descanso, um pequeno intervalo da miséria sem fim que encontro, seja indo ao trabalho, às compras, ao cinema, a qualquer lugar. Não há como não carregar o sentimento de culpa a todo instante, já que quase metade da cidade onde moro não vive com a dignidade necessária.
Faz tempo que atuo como em trabalhos voluntários, tenho muitos amigos que também estão nessa. Mas, cada notícia como a de hoje me traz a certeza de que não fazemos e talvez não cheguemos a fazer o suficiente para mudar essa situação.
A mudança não depende de voluntariado, o problema é crônico, globalizado, demasiado desproporcional frente a uma intervenção homeopática como essa. Depende de estratégias de guerra, como diz um amigo meu, todo dia batalhões na rua para lutar contra a fome, exércitos para revitalizar a educação, comandos estratégicos para mudar as diretrizes da economia global excludente. Guerra que nunca houve, talvez nunca haja.
Como disse, meu otimismo está na enfermaria. Após seu retorno, vou treiná-lo como se treina um atleta. Somente assim é possível ter forças suficientes para permanecer na batalha.
Espero que, mesmo com o otimismo em baixa, você não desista. Um dia alguém me disse que para mudar as coisas era preciso "calma no agir e persistência no ideal". Espero sinceramente que você persista e insista. Me entristece profundamente esse niilismo que anda pairando sobre nós. Seu post me lembrou muito o "Cronicamente Inviável". Você já viu? Se não viu ainda, por favor, não veja! :D
ResponderExcluirCaramba! Você escreve de um jeito muito gostoso de ler, até mesmo quando é sobre coisa triste...
ResponderExcluirSua escola ambulante é "lumiada" neste blog ;-)
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