sexta-feira, 19 de junho de 2009

1 bilhão de famintos

O dia 19 de junho acaba de entrar para a história carregando um dado estatístico aterrador: o número de famintos no mundo acaba de ultrapassar a marca de um bilhão de pessoas. A informação está no relatório sobre segurança alimentar recém lançado pela FAO - Setor da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. Em comparação ao ano de 2008, mais de 100 milhões de pessoas entraram ou entrarão para o grupo de famintos em 2009. Significa que 1/6 da humanidade não terá calorias suficientes para viver um dia sequer com dignidade.

Em algumas postagens deste blog, relatei como percebia e sentia os efeitos da desigualdade social em minha própria vida. Não foram poucas as vezes em que cheguei a me deprimir ao encarar notícias como a de hoje, afinal, os números negativos são sempre grandiosos demais. A sensação de impotência diante de um quadro assim é frequente, mas hoje não escreverei palavras de lamentação, como fiz em textos passados. Hoje vou propor e dar dicas sobre como ingressar na luta para minimizar os efeitos dessa situação.

Primeiro passo: mexa-se! Eu, você e milhares de pessoas temos condições de contribuir com organizações sociais que combatem a fome, a miséria e a desigualdade social. Não é necessário contribuir somente com doações financeiras, apesar da inegável ajuda que isso representa. Também é possível auxiliar com trabalho voluntário, doações de recursos materiais, ou mesmo convocando a família, parentes e amigos para colaborarem nessa batalha. Não importa a via pela qual chegue nossa contribuição, garanto que qualquer ONG, grupo ou movimento social dará as boas vindas à ajuda que viermos a oferecer.

Se você não sabe por onde começar, procure a Secretaria de Assistência Social de seu município, vá à prefeitura, visite igrejas, informe-se sobre movimentos sociais e religiosos que auxiliam pessoas em situação de risco. Procure, também, a Ação da Cidadania de seu município, é provável que você encontre pessoas ligadas a esse movimento, concebido pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Tenho vários amigos que trabalham na Ação da Cidadania em minha cidade e todos são incansáveis batalhadores, sempre dispostos a fazer mais pelo próximo.

Sei que todas essas ações são emergenciais e não solucionam a questão da desigualdade social da forma como gostaríamos. A real luta contra as discrepâncias sociais requer uma mudança estrutural em nossa sociedade, uma mudança que transforme nossos atuais valores, nosso senso de ética, de responsabilidade e de cidadania. Requer, ainda, que pressionemos o poder público, empresas e organizações sociais em direção a um modelo de desenvolvimento socialmente justo. Isso tudo já começou a acontecer, conheço inúmeras pessoas e organizações que lutam por um mundo melhor. Mas, como dizia Betinho, "quem tem fome, tem pressa", e esses não estão dispostos a esperar pela revolução.

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Alguns sites da Ação da Cidadania:
www.acaodacidadania.com.br
www.acaodacidadania.org.br
www.acaodacidadaniasalvador.com.br

Sites recomendados por Norton Tavares, autor de um dos comentários desse post:
www.blogemacao.com
www.youtube.com/acaodacidadania
www.twitter.com/acaodacidadania

Notícia completa no site da FAO:
https://www.fao.org.br/vernoticias.asp?id_noticia=814

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Tocando em Frente

Essa canção já é antiga, mas traduz muito de meu momento de vida atual. A composição é de Almir Sater e Renato Teixeira, dois grandes nomes da música brasileira. O vídeo tem boas imagens, a melodia é belíssima e a letra idem.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Recuar é preciso

É comum ouvirmos que recuar diante de uma situação é sinal de temeridade. Palavras como persistência, coragem e resiliência são sempre evocadas em livros e palestras de auto-ajuda, todas indicando o caminho da perseverança como o mais nobre a ser seguido frente às dificuldades. Não é.

Pode soar estranho, mas o ato de recuar faz todo sentido quando se está consciente da razão do recuo. Nesse caso, recuar é um sinal de preparação, um ato calculado para produzir a energia de um salto ainda maior do que imaginávamos. Recuar significa acreditar no próprio potencial, reconhecendo que alguns passos atrás são fundamentais para transpor qualquer obstáculo sem tocá-lo. Recuar é sinônimo de coragem, não tenho mais qualquer dúvida sobre isso.

De algum tempo para cá, meus textos parecem ter saído de um livro de auto-ajuda. Já escrevi, por exemplo, sobre a importância de celebrarmos cada segundo de vida, algo que passei a fazer mais intensamente nos últimos anos. Também rabisquei algo sobre a tal resiliência, sobre o altruísmo e a determinação. Não são palavras vazias, mas sim reflexões, atitudes e desabafos reais do que vivo, penso e sinto. Só não havia incluído a habilidade do recuo como um valor que se soma a esse rol. Pois agora vejo que é justamente isso que tenho feito nos últimos dois anos. Recuei em virtude da dor física, da dor emocional, do medo, recuei por inúmeros motivos. Mas enquanto recuava, crescia meu desejo de dar um salto gigantesco. Sentia isso intensamente, sentia a vontade e a força para saltar, mas as amarras ao meu redor mostravam que faltava algo. Faltava, justamente, adquirir mais impulso.

Nesse passado recente de minha vida, lutei incontáveis vezes para avançar nas situações que me desafiavam. Porém, não estava clara a necessidade de ganhar distância para ultrapassar ileso a barreira que mirava. Agora faz sentido o que antes via como paradoxal, pois era real a sensação de que me afastava de meus objetivos. Nesse instante, visualizo esse afastamento como uma preparação e sinto meus músculos, meu coração e meu espírito prontos para o salto. Desconheço o momento em que partirei na desafiadora corrida que há tanto aguardo. Mas isso não mais importa, pois meu recuo gerou a distância necessária para os vitais impulsos que darei em minha vida daqui por diante. Que venham os obstáculos!

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Grato ao Wlad pelo papo que me inspirou a escrever esse texto.

domingo, 7 de junho de 2009

Guerreiros sem Armas

Iniciar uma guerra pode ser muito positivo, caso seja ao estilo do Programa Guerreiros sem Armas. Criado pelo Instituto Elos – Brasil, esse Programa "empreende ações para que as pessoas recuperem sua capacidade de sonhar e, com isso, a própria vontade de realizar seus sonhos junto com o outro. Atua em populações urbanas e tradicionais do litoral paulista sob alto risco social e ambiental, trabalhando com jovens empreendedores sociais de quatro continentes". O vídeo é um bom exemplo de cidadania e de como atuar, de forma integrada e participativa, junto à comunidades socialmente vulneráveis.